24 de novembro: Dia Nacional da Cultura Científica | |
Por António Pereira (Professor), em 2012/12/11 | 1003 leram | 0 comentários | 218 gostam |
Para comemorar o Dia Nacional da Cultura Científica, imaginámos uma conversa com o poeta-cientista António Gedeão-Rómulo de Carvalho. | |
Entrevistador – Hoje vamos conversar com o poeta, professor, fotógrafo, investigador, historiador, pintor e ilustrador António Gedeão/Rómulo de Carvalho. Seja muito bem-vindo. António Gedeão – Obrigado. E desde já aproveito para lhe agradecer o convite. E – Prefere que o trate por António Gedeão ou por Rómulo de Carvalho? AG – Sabe, eu não tenho preferência, mas como António Gedeão é o meu nome de poeta e, de certa forma, esta entrevista está mais ligada à poesia, então prefiro que me trate por António Gedeão. E – Por que sentiu necessidade de criar um pseudónimo literário? AG – A ideia do pseudónimo surgiu-me para distinguir a minha faceta de poeta da minha faceta de cientista. Como poeta, sou António Gedeão; como cientista, sou Rómulo de Carvalho. E – Muito bem, Sr. António Gedeão. Mas voltemos um pouco atrás na sua vida. Diga-nos onde e quando nasceu. AG – Eu nasci a 24 de novembro de 1906, em Lisboa. E – Sabemos que antes de ser poeta foi professor… AG – É verdade. Licenciei-me em Ciências Físico-Químicas, na Universidade do Porto, e fui professor de liceu, além de cientista. E – Mas não começa logo a escrever poesia… AG – Não, não começo. A partir dos anos 50, com o meu verdadeiro nome, Rómulo de Carvalho, publiquei vários volumes de divulgação da cultura científica e manuais escolares. A poesia só surge numa fase mais adiantada, quando eu já tinha meio século de vida (risos). Achei que estava na altura de mostrar às pessoas a minha veia poética. E – O que é para si a poesia? AG – Para mim, a poesia é uma forma artística de libertar e expressar os pensamentos e as emoções. E – E como caracteriza a sua poesia? AG – Não é fácil avaliar aquilo que fazemos, mas posso dizer-lhe que a linguagem dos meus poemas é simples e emotiva. Além disso, preocupo-me com o ritmo e com a musicalidade das palavras… E – Mas também se preocupa com os temas. AG – Sem dúvida. O sofrimento e a solidariedade humana, por um lado, e o mistério do mundo, por outro, foram sempre os meus temas prediletos. E – Está a referir esses temas e eu estou a pensar em dois poemas seus, talvez os mais conhecidos do grande público: “Lágrima de Preta” e “Pedra Filosofal”. Acha que a música também terá contribuído para o sucesso desses poemas? AG – Mas é claro que sim. A poesia tem um grande poder, mas quando ela se associa à música, então esse poder torna-se mágico. Ouvir a “Lágrima de Preta” e a “Pedra Filosofal” tocadas e cantadas por Manuel Freire foi e continua a ser para mim uma grande emoção. E – Sr. António Gedeão, é também com grande emoção que nos despedimos de si. É claro que muito mais teria para nos dizer mas ficamos na companhia dos seus poemas e esses, enquanto houver leitores, não se cansarão de nos falar de si, das preocupações do homem e dos mistérios do mundo. AG – Muito obrigado. As suas palavras fazem-me acreditar que em cada homem há sempre um poeta, basta deixar falar o coração… E – São certamente influências da sua poesia… Obrigado, Sr. António Gedeão, e até sempre. AG – Até sempre. (Trabalho realizado pelo 7.º C, sob a orientação do Professor de Português, António Pereira) | |
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